A DECOR DO PARANÁ E SEUS IDIOMAS
Decor Regional

A DECOR DO PARANÁ E SEUS IDIOMAS

Delícia começar nossa caminhada na decor regional por este estado que virou minha casa. Uma casa que reflete muito da realidade do povo que neste espaço habita e de todo o resultado desta acolhida que vem desde sempre. Compartilhar sobre o PARANÁ tem sabor de família pra mim. Foi nesta terra que meu colo se encheu. Aprender sobre a dinâmica deste sotaque através da decoração me aproxima ainda mais dos meus filhos na medida que conheço histórias e raízes que – de certa forma – também pertencem a eles.

              

O Paraná foi fundado em 1853, com o desmembramento de uma comarca de São Paulo. E em todo o estado percebe-se a enorme influencia dos mais de 40 núcleos coloniais que se estabeleceram nestas terras. Esse grande número de imigrantes (que trouxe diversidade a fisionomia dos paranaenses) também influenciou no estilo de vida, cultura e arte do estado.

A capital, Curitiba, é um bom exemplo de cidade cosmopolita, onde povos de várias culturas convivem e compartilham. Complexo isso? Nem tanto. Basta conhecer um pouquinho da história desta cidade pra entender o restante do Paraná na prática. Paulistas, gaúchos, mineiros, catarinenses, nordestinos. Todo mundo por aqui tem vários amigos, vizinhos e colegas de trabalho que não nasceram no Paraná. A cidade tem muita gente de fora. Mas então, de onde descendem os nativos “originários”?

No início, os habitantes de Curitiba eram índios, portugueses e espanhóis. Quando o PR foi oficialmente fundado e esta cidade eleita sua capital, houve muito incentivo do governo para a colonização da região e a cidade foi então transformada pela intensa imigração, principalmente de europeus. Da pra entender muita coisa melhor agora, não é mesmo?

Alemães, franceses, suíços, poloneses, italianos, ucranianos. Em 1872, por exemplo, a presença dos alemães no núcleo urbano já era bastante expressiva. Eles iniciaram o processo de industrialização e comércio, introduziram modificações na arquitetura e disseminaram hábitos alimentares. Reconhece as referências nos postais da cidade? Cada bairro – assim como cada família descendente – possui uma ligação emocional com seus fundadores. Do italiano “Santa Felicidade” com seus vinhos, restaurantes e artesanatos, passando pelas grandes propriedades dos ucranianos do “Bigorrilho” até chegar a seriedade e senso de responsabilidade dos poloneses do “Tingui”.

       

E foi assim, como na capital, que cada grupo que chegou ao Paraná entregou sua contribuição daquilo que hoje seus habitantes reconhecem como regional. Por todas essas questões quando o assunto é decoração o estado é conhecido por ter um “aprouch” com as tendências internacionais, principalmente européias. Na arquitetura existe uma diversidade de estilos, antigos e modernos, que enriquecem a paisagem urbana da cidade e representam um enorme patrimônio cultural.

E essa forte influência daqueles que ajudaram a povoar a região, faz com que se torne mais complexo entender o que nasceu – efetivamente – no estado. Mas existe sim, muito conteúdo original que se inspira neste mix de referências mas segue um caminho particular e próprio.

O mercado paranaense vem se mostrando bastante receptivo e interessado no que produz internamente. Morando no Paraná há quase oito anos tenho observado por aqui um movimento bonito de valorizar o que é seu.

De vitrines à publicações. De mostras à mesas-postas. Do Paraná, para o mundo

E é sobre alguns protagonistas e coadjuvantes deste movimento que seguem nossas próximas postagens. Animados?

Desenho da capa: Artista Ademir Paixão para o painel em mosaico “Olhares curitibanos”;

Carol Alves 

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