POTY É ARTE. DO PARANÁ, DO BRASIL E DO MUNDO.
Decor Regional Sul

POTY É ARTE. DO PARANÁ, DO BRASIL E DO MUNDO.

Poty! Assim é conhecido Napoleon Potyguara Lazzarotto (1924-1998), o Poty Lazzarotto. Artista de renome nacional, filho de imigrantes italianos, nascido em Curitiba. Falar de decor regional nos convida a conhecer melhor a ARTE local, seus influenciadores, seus ícones. Para a arte no Paraná escolhi falar de Poty.

Poty foi desenhista, pintor e muralista. Estudou litografia na École Supérieure des Beaux-Arts, em Paris. Lecionou em escolas de arte na Bahia, Recife e Curitiba. Carreira reconhecida, legado extenso, transitou com segurança e talento por variadas artes e formas de expressão.

     

     

Dono ainda de grande obra gráfica, realizou diversas histórias em quadrinhos e ilustrou livros de Jorge Amado, Graciliano Ramos, Euclides da Cunha, Machado de Assis, Guimarães Rosa e Gilberto Freire. Também dedicava-se à realização de obras monumentais em madeira, concreto e cerâmica. Seus murais, vitrais e painéis possuem ampla relação com a sua atividade de gravador, principalmente pela aproximação com a xilogravura. Fez, também, os murais da Casa do Brasil, em Paris (1950) e o painel para o Memorial da América Latina, em São Paulo (1988).

A forte ligação com o estado do Paraná, e em especial com a capital – sua terra natal – vai muito além das mais de 40 obras espalhadas pela cidade (entre painéis, murais, estátuas e homenagens). Poty nasceu no mesmo dia do aniversário de Curitiba: 29 de março, o que ele dizia fazer parte de uma “série de coincidências”. Fato é que a cidade o emocionava.  Ele a viu crescer, florescer, desenvolver. Muitos de seus desenhos mostravam o que assistia… ou ouvia. E ele apreciava registrar. Nada mais justo que a capital paranaense eternizar em seus espaços do cotidiano o trabalho deste grande ícone. Pra quem visita a cidade vale muito o olhar atento e o registro deste acervo a céu aberto.

     

     

Poty viveu de arte em uma época em que isso parecia impossível. Ainda assim nunca ficou rico por isso. O pai que sonhava pra ele a carreira militar conseguiu vê-lo prosperar e chegou a acompanhar boa parte da sua carreira: “Ele já tinha mudado de ideía. Artista não era o terror que ele pensava, não.” contou em entrevista a José Wille gravada em fevereiro de 1998, pouco antes de sua morte.

Considerado generoso por doar a coleção de obras que possuía (sua e de outros artistas) para a Prefeitura de Curitiba, ele esclarecia: sua preocupação era com a segurança e preservação das mesmas. Guardar, vigiar, restaurar. Eternizar.

Poty falava pouco, era reservado. Mas sabia muito, observava tudo, escutava com atenção. Deste olhar e ouvido atentos surgiam suas obras, seus registros, sua interpretação da vida. Ele só não apreciava estar em locais com muitas pessoas, mesmo os espaços frequentados por artistas ou escritores. Porque, segundo ele: “passou de três pessoas, já vira comício”. E ele prefiria “ouvir um ou dois!”…

Carol Alves

Imagens: retiradas da web. Fonte: Curitiba Space

Citações da Entrevista a José Wille, divulgadas no Portal Paraná.

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