Fala, Carol !

DE DENTRO

Eu já vivi alguns recomeços. Todos importantes e conscientes. Em comum eles possuem o fato de terem seu start vindo de “fora”. Não foram iniciados por decisão voluntária. Algo relevante e não planejado aconteceu e eu precisei redefinir a rota. Porque passado o luto, ou o inesperado, eu sempre escolhi seguir. E seguir sempre foi a prioridade pra mim. Aliás, ainda é.

Longe de achar (mesmo lá atrás) que “se adaptar” é o único caminho pra recomeçar, foi como dei conta de lidar com aquelas circunstâncias. Conheci, praticando, o poder restaurador da resiliência pra manter a caminhada ativa. Eu assumi as consequências de minhas escolhas com a bagagem de vida que tinha até então e sinto gratidão por tudo. Foram muitos aprendizados em processos que começaram alheios a minha vontade, mas me tocaram a ponto de promoverem transformações internas e profundas.

Transformar-me foi tão bonito quanto necessário e eu sempre soube que precisava passar por dentro pra ser de verdade. As vezes demorava um pouco, mas através desta dinâmica da adaptação fui capaz de ressignificar muitas dores e aceitar a finitude de ciclos importantes pra buscar novos caminhos.

Mas o fato é que o tempo passou e hoje sinto que mereço a chance de recomeçar mais uma vez. Desta vez, com a leveza de ser um movimento voluntário, sem traumas ou cobranças. Porque a maturidade me pede mais do que “deixar seguir” sem revalidar o que é importante e percebi que não preciso manter-me adaptada a qualquer coisa que seja, se – de alguma forma – não fizer mais sentido pra mim.

Amadurecer significa que vivenciamos um pouquinho mais, que já conhecemos alguns destinos, já sabemos o real valor de algumas coisas e o impacto delas em nossas vidas. É aceitar que durante a jornada não foi só a gente que mudou. Quando entendemos isso percebemos que não precisamos e nem devemos aguardar um acontecimento inesperado pra nos permitir recomeçar. Que é possível sim, partir de dentro: se reconhecer, refazer laços, desatar nós. Pra enfim alinhar expectativas, sustentar combinados e investir em planos com propósitos que façam sentido ao coração. Daqueles com tanta verdade que tem poder até pra realizar grandes mudanças também do lado de fora.

Pode parecer utópico e tenho sim, várias dúvidas sobre a maneira mais acertada de colocar esse recomeço em prática. Sigo na busca por conhecimento e diretrizes que viabilizem o desafio. Não me parece um caminho fácil. Nem tão pouco rápido, absoluto ou definitivo. Mas saber que a travessia é sempre mais relevante que a chegada me anima.

Finalmente entendi ser esse o único recomeço justo com a mulher que me tornei: a que merece se reconectar com o que é valioso ao seu coração e se despedir do que limita seu direito de seguir em plenitude.

Muitas perguntas estão por vir. Espero encontrar algumas respostas e uma maneira gentil de dar voz a elas. A única certeza que tenho hoje é que devo acolher com empatia, respeito e honestidade tudo que habita em mim. O que sentimos nos pertence. E sempre será benção quando tomamos posse e acertamos o tom.

Esse despertar me inquieta pois é desconhecido pra mim. Mas também aquece meu coração porque traz junto uma enorme vontade de acertar e todo o amor que carrego no peito pra recomeçar. Desejo que essa jornada resvale de maneira positiva na vida dos que caminham ao meu lado e me são preciosos. Que bons frutos sejam colhidos neste meu recomeço ao contrário.

Que tudo aquilo que for “mexido” aqui dentro faça acontecer algo inesperado (e bonito) aí fora.

Você já viu esses?

21 DE SETEMBRO DE 2010 | #COMPARTILHESUASMEMORIAS

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