Semanas atrás assisti a um vídeo super simbólico recebido através do grupo de mães da nova escola dos pequenos. Ele aqueceu meu coração e tive vontade de compartilhar. Vale sempre ressaltar que a maternidade me ensinou que não existe verdade absoluta e que o serve pra mim, pode não servir para o outro. Mas sempre acreditei que seguir o nosso coração geralmente é o melhor caminho. Sigo assim.
Recentemente eu me percebi aflita no processo de escolha de uma nova escola para as crianças. Eu sou “filha” da escola tradicional. Aonde me formei, caminhei e pela qual sou grata. De coração. Visitei escolas lindas, tradicionais e renomadas com as quais tive identificação pessoal e excelentes referências. A gente sempre quer tentar o melhor não é mesmo? Como se o “melhor” não fosse tão relativo e particular…
Mas o ponto é que minha angústia tinha a ver com o fato de que comecei a olhar para os meus filhos e perceber neles, mesmo tão pequeninos, demandas que eu não estava sabendo atender. Não da maneira como gostaria. Simplesmente porque não foi como aprendi, não está enraizado em mim. Mas eu gostaria que tivesse…
Necessidades pontuais, urgentes, do cotidiano. Muito distantes de índices de aprovação, concursos, enems, vestibulares e afins. Demandas de “ser-humaninhos” que estão em processo de formação de personalidade. Que estão ainda na infância que, de tão curta, já tenho saudades antes de acabar. Me percebi incoerente nos reforços que queria fazer e nos que de fato fazia. Precisava de ajuda.
Senti então a necessidade de oferecer a eles (e a mim) uma nova alternativa de vivência acadêmica. Com possibilidades e construções diferentes das que experimentei e contribuíram para minha formação. Mas que exatamente por isso, algumas vezes me “limitam” e me “engessam” na caminhada pela mulher, mãe e cuidadora que desejo ser na prática e não apenas na teoria.
Por isso eu decidi tentar. E como em tudo na vida, decidir por algo diferente do que conhecemos gera um pouco de insegurança. Mas que felizmente se esvai após percebermos que o coração se aquietou.
A maternidade não vem com manual e muitas vezes precisamos sair da nossa própria zona de conforto pra seguir o coração. Um olhar empático e aberto para o desconhecido evita “pré-conceitos” e nos possibilita muitos aprendizados. E isso serve para todas as escolhas que fazemos, em todas as áreas da vida.
Neste dilema em especial fiz uma escolha pelo novo. Novo para eles, novo para mim. Sei que muito em breve irão aprender a ler, escrever e calcular. Mas espero muito além do conteúdo didádico desta escolha.
O que eu espero?
Que esta nova vivência escolar seja uma caminhada bonita, enriquecedora e feliz para todos nós.
Espero que meus filhos brinquem. Muito! Todos os dias. Que se arrisquem, que dêem asas a imaginação, que tenham experiências incríveis e memoráveis desta fase.
Que possam desenvolver o melhor de seus próprios potenciais. E que a possibilidade de também serem “sujeito” no processo de aprendizado dê a eles mais confiança, segurança e autonomia. E a mim: mais paciência, visão e sensibilidade para estimulá-los.
Para isso espero que a escola se preocupe de verdade em ser mais um espaço aonde possam aprender a canalizar sentimentos, frustrações e emoções de maneira positiva, construtiva e solidária, respeitando a diversidade de pessoas e opiniões. E que priorize isso através de valores, condutas e propostas.
Espero menos pressa, menos repetição, menos padronização, menos competição.
Espero mais tempo, mais liberdade, mais criatividade, mais colaboração.
Pode ser que lá na frente a gente tenha outras demandas, outras certezas, outras inquietudes.
Por hora, é o que precisamos!
O mundo, eles e eu…
Carol Alves
(crédito da imagem: retirada do curta Alike)
2 Comentários
Lindo Carol! É bem isso, descobrindo um novo mundo com os pequenos!!! Bjss
Exatamente, Grazi. Bom te ver por aqui…